Vista de Londrina - Pr
“Nunca morarei em cidade grande”. Afirmei isso um dia. Infelizmente tive de engolir minhas palavras, tive de morar em uma cidade muito grande.
Lá fiz amizades, encontrei o meu caminho, o meu verdadeiro eu, mas só entrei em sintonia quando tive de voltar para o lugar onde nasci e me criei.
Na cidade grande há um tumulto, parece corrida, todo mundo no maior desespero, ninguém quer chegar atrasado, o terminal urbano, então, é uma loucura, todos querem chegar logo, esperar o próximo ônibus é angustiante.
Há um espírito de competição no ar. Até mesmo para entrar nos ônibus, pessoas não se respeitam.
Todos não se conhecem, com exceção de alguns, corre-corre para tudo quanto é lado, meu Deus, que é isso? Os prédios, o clima, e tudo o mais, fazem das as pessoas se tornarem frias, calculistas e competitivas.
Tudo é proveitoso, para mim foi. Aprendi muito, me tornei uma pessoa um pouco mais pensativa, sensata e organizada. Tento ser sensível, mas os muitos atropelos da cidade grande me fez declarar guerra dentro de mim. Sensibilidade no mundo dos negócios não dá fruto à ninguém.
Lembro-me do dia em que retornei, lembrei-me da música do Roberto: “Eu cheguei em frente ao portão...”
Peço escusas das coisas que disse quando fui embora, bebi água daqui, pra cá voltei.
Massacrante viver correndo, sem tempo para nada, acordar de madrugada e chegar a noite em casa, perde-se muito tempo dentro de ônibus, não gostei, só valeu mesmo como experiência.
Pena, acabei me tornando também um calculista, competitivo e frio. Mas o ar da cidade onde me criei, está me fazendo sentir de novo aquele aconchego dos amigos, aquela saudade da infância, muitas vezes sentamo-nos e relembramos os diversos episódios da vida e é puro saudosismo.
Mas eu cheguei para ficar e vou fazer de tudo para nunca mais ir embora, principalmente para uma...
... Cidade grande.