quinta-feira, 21 de abril de 2011

Uma Rosa para sua MÃE

Uma Rosa para sua Mãe (24.11.2002)

Como todo jovem de 16 ou 17 anos, eu era um pouco como todos os meus amigos, conselhos dos mais velhos era como sermão de Padre, a gente só ouvia porque era obrigado.

Ouvir o que os mais experientes tinham para dizer era como um sacrifício, e ainda por cima muito difícil de ser entendido.

Tudo era proibido, contudo tinha que se tomar cuidado, mas hoje, bem mais experiente começo a entender.

Fui criado em um clima muito turbulento, sacrifícios de todas as espécies, meu pai bebia muito e brigava com minha mãe, quantas vezes tivemos que dormir fora de casa, na casa dos vizinhos, porque o meu pai chegou bêbado e não deixava ninguém dormir, provocando minha mãe, com o intuito de bater nela e em quem quisesse brigar.


Mas em uma determinada época, lá pelos meus 16 ou 17 anos, eu assisti a uma palestra de parapsicologia e foi lá, naquele dia que eu descobri a coisa mais importante para toda  a  minha  vida,   “eu estava errado”,  eu  não  dava  a minha mãe o carinho que ela merecia e ela não conseguia demonstrar explicitamente o seu sentimento para comigo.

Então aconteceu, o palestrante perguntou:

“Você já disse a sua mãe hoje, EU TE AMO?”

A resposta veio na minha cabeça: “NÃO”

“PORQUÊ? O QUE ESTÁ FALTANDO PARA VOCÊ FAZER ISSO?”

Acabando a palestra eu fui correndo para casa, (parecia que o caminho era mais longo de volta do que de ida), cheguei em casa com uma rosa que roubei de um quintal qualquer, abri a porta do quarto dela e a chamei:

“Mãe !!”

Ela acordou e assustada respondeu:

“Oi, filho”

Eu disse:

“A senhora pode acender a luz por favor?”

Ela acendeu a luz e perguntou?

“Aconteceu alguma coisa, você está estranho?”

Respondi:

“Sabe o que é mãe, é que eu tenho que te falar uma coisa e eu não sei como.”

Ela disse:

“Ué, filho, fala logo que eu tô assustada.

Não vai me dizer que você está usando drogas?

Eu disse meio que engasgando a voz:

“Sabe minha mãe que EU TE AMO MUITO?”

Ela respondeu com lágrimas nos olhos, lágrimas de felicidade:

“Sei sim filho, não precisava você dizer, que eu sei”.

Daquele dia em diante eu perdi minha mãe.

Perdi minha mãe e ganhei uma grande amiga, mãe, companheira, o meu chão, meu orgulho, minha dançarina.

A partir daquele dia eu e minha mãe sempre estávamos juntos, eu não sabia dançar músicas de salão, valsa, bolero, xote, marchinha, forró e adivinha quem me ensinou? Exatamente! Minha mãe.

A nossa amizade é eterna, sempre que posso falo nela, sempre que posso me recordo dela, hoje nós não a temos mais em nossa companhia, mas com certeza ela está olhando por nós, eu, Mariza e Marina, de onde ela estiver e esse livro é uma pequena demonstração a ela de que eu vou vencer, vencer por ela, para que ela tenha orgulho de mim.

É duro chegar o domingo e você não ter a casa da sua mãe para você ir, conversar, rir, ouvir conselhos, dançar...

Vá para sua casa, leve uma flor e entregue a sua mãe e diga a ela do fundo do seu coração o quanto você a ama, diga assim:

“MÃE EU TE AMO, TE ADORO DEMAIS MINHA MÃE, FICA SEMPRE COMIGO.”

E depois disso se você encontrar comigo na rua não tenha vergonha de dizer o que aconteceu com você. Mas não se esqueça de levar...

Uma Rosa para sua mãe

Um comentário:

  1. Como é possível que você possa retratar nosso passado com tanta desenvoltura. É meu irmão, quem passou por tudo isso, sabe o que é uma união em família, né? Mas como tudo passa, a vida continua...

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